Odemira: Microcrédito promete concretizar “sonhos” no Sudoeste Alentejano
Odemira, Beja, 19 Nov (Lusa) – “Ter boas ideias” é uma das condições para aceder ao microcrédito disponibilizado por uma parceria entre o BES e a Fundação Odemira, que pretende concretizar “os sonhos” de quem tem dificuldade de acesso ao crédito no Sudoeste Alentejano.
A vontade do Banco Espírito Santo (BES) de desenvolver uma “política de lançamento de microcrédito” aliada ao interesse comum com a Fundação Odemira de “fazer alguma coisa em benefício da população levou as duas entidades a juntarem-se neste projecto, explicou o presidente da Fundação.
Segundo disse Francisco Antunes à agência Lusa, “ter boas ideias” é uma das condições para ser um candidato ao microcrédito, que pode ir até aos 12 500 euros, ao que acresce a “vontade”, “desejo”, o “empreendedorismo” e “capacidade de desenvolver, trabalhar e aprender” do proponente.
À Fundação Odemira, que Francisco Antunes vê como uma “alavanca”, cabe a avaliação, o acompanhamento, o apoio e a formação, no sentido de “garantir” a concretização do projecto “no terreno”, para que o empreendedor consiga “obter lucros” e “pagar o seu empréstimo”.
A ideia é chegar às pessoas, que sejam “desempregadas” ou “empregadas que desejam trabalhar mais”, ou “ter o seu negócio próprio”, ou ainda “lutar por uma vida melhor” e se mostram “dispostas a realizar o seu sonho”, sendo que “não têm meios próprios para conseguir apoio sozinhos junto da Banca”.
“Nós ajudamos a abrir as portas, a passar a ombreira da porta, ajudamos a atravessar para o outro lado e depois ajudamos a apanhar o comboio do sucesso, mas quem tem que puxar pelo trem são as pessoas”, frisou.
O microcrédito, conforme especificou o responsável da Fundação, não obriga a “garantias pessoais”, nem a “hipotecas”. Desde que tenha um “bom projecto”, o Banco “acredita” e “arrisca na pessoa”.
As condições de empréstimo, garante Francisco Antunes, “são ajustadas às dificuldades de cada um” e “negociadas caso a caso, conforme a capacidade que o próprio negócio tem de poder retribuir”.
Uma exigência é que a pessoa que recorra ao microcrédito seja “séria e honesta”, como “é séria e honesta a Fundação Odemira e o Banco na disponibilização dos meios”.
Apesar da divulgação só agora ter começado a ser feita, a parceria entre o BES e a Fundação Odemira já arrancou há um mês, tendo mesmo sido feito “um teste no mercado” com potenciais interessados em obter esta “ajuda”.
“Uma das seleccionadas tinha uma proposta muito interessante: Era de uma senhora de Milfontes, que quer fazer um barbeiro – cabeleireiro ambulante”, revelou, acrescentando que é uma ideia com “arrojo” e “inspiração”
Esse projecto está actualmente em estudo, tendo já sido prestado apoio pelo Banco e pela Fundação na elaboração do “plano de negócio”.
“Esperamos, a breve trecho, ter este apoio como o primeiro de muitos feitos no Sudoeste Alentejano”, concluiu, satisfeito por a região, com “necessidades de desenvolvimento”, ter sido escolhida para “proveta” de uma medida que está pensada para se expandir a nível nacional.
AYN.
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