Páramotor leva adeptos a dar volta de 180º à sua vida

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paraquedismo
Foto: Arquivo

Santiago do Cacém- As vidas de um designer, uma jornalista e um engenheiro deram uma volta de 180º depois de descolarem pelos seus próprios pés, pela primeira vez, em vôos de parapente ou páramotor.

“Quando conheci o parapente, mudou a minha vida”, afirmou o venezuelano radicado em Espanha Daniel Crespo, que participa no 5.º Raide de Páramotor do Cercal do Alentejo (Santiago do Cacém), que terminou ontem e integr0u também as últimas etapas do campeonato nacional da modalidade.

Desenhador gráfico, especializado em desenho para televisão, Daniel Crespo foi campeão do mundo da modalidade de trike em páramotor em 2007 e este ano ficou em 5.º lugar no mesmo campeonato.

“Fiz o curso de parapente e, passados seis meses, deixei o trabalho, na Venezuela, e a namorada, tinha 23 anos”, recordou. “Viajei e vim a Espanha competir no circuito europeu, em 1994, em busca do sentido da vida e de uma aventura e correu bem”, relatou à agência Lusa.

A partir daí, durante sete anos, viajou “por todo o mundo” em competição, tendo passado pela Turquia, China, Coreia, República Checa, Portugal (Açores), América, Colômbia, Perú e Cuba, entre mais de 30 países.

Foi também a paixão pelo vôo que cruzou o seu destino com o da sua companheira, a jornalista Cláudia López, que assegura que voar é o que lhes dá “sentido à vida”, ultrapassado apenas pelo nascimento da filha.

Esta paixão não é, no entanto, forma de sustento, pelo que depois de trabalharem em algumas revistas, resolveram criar juntos uma publicação online dedicada exclusivamente ao páramotor e ao parapente, que alia a dedicação a este desporto ao mundo do trabalho.

“Foi um caminho natural, criámos o ojovolador.com [revista online] e dedicámo-nos a ele, adaptámos a nossa vida. Economicamente não era muito lucrativo no início, mas foi permitindo viver e fazermos o que gostamos”, disse Daniel.

Luís Grilo, um dos participantes no 5.º Raide do Cercal, é engenheiro mecânico, mas já não exerce, tendo transformado o hobby de voar no seu modo de vida: “experimentei a primeira vez e nunca mais deixei”.

O piloto de páramotor, que considera ser necessária uma “dose de loucura” para se lançar numa “aventura” deste tipo, “largou tudo” depois de descobrir o páramotor, aos 33 anos, e resolveu percorrer festivais e eventos ligados ao desporto, viajando pelo mundo durante dois anos.

Regressado a Portugal, Luís Grilo abriu uma loja, em Lisboa, inteiramente dedicada ao parapente e ao páramotor.

O páramotot, que tem cerca de 400 praticantes em Portugal, não é uma actividade acessível à carteira de qualquer um, já que um motor pode custar cerca de cinco mil euros e uma asa cerca de 2800 euros, ao que acresce o equipamento de segurança.

A 5.ª edição do Raide do Cercal do Alentejo, em que participaram mais de 60 pilotos portugueses e estrangeiros, terminou ontem, com um vôo de 100 quilómetros que passaou por vários pontos do Litoral Alentejano, entre o Cercal, a Ilha do Pessegueiro e Santo André.

AYN.

Lusa/Fim

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