Portalegre: Agricultores entregam documento com queixas sobre políticas “desastrosas” do Governo

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Portalegre, 11 Ago (Lusa) – Onze associações de agricultores do distrito de Portalegre entregaram hoje ao governador Civil um documento em que manifestam preocupação quanto ao futuro do sector, alegando que a actividade está “ameaçada” pelas políticas “desastrosas” do Governo.

No documento entregue ao governador Civil, Jaime Estorninho e a que a agência Lusa teve acesso, as associações afirmam que, nos últimos anos, os agricultores atravessam a “pior crise desde a adesão à União Europeia”.

“Os agricultores do distrito estão a atravessar a pior crise desde a adesão à União Europeia e, provavelmente, uma parte significativa [deles] não irá conseguir ultrapassar os obstáculos com que diariamente se vê confrontada”, pode ler-se.

A missiva, que será também enviada ao Presidente da República e ao Provedor de Justiça, refere que o distrito de Portalegre “está altamente penalizado pelas actuais políticas agrícolas”, devido à falta de “investimento público” no sector ou medidas “adequadas para que o sector privado o faça”.

“Infelizmente, somos Alentejo, mas sem Alqueva”, argumentam as 11 associações agrícolas que subscrevem o documento, em que são contestadas as políticas do Ministério da Agricultura, tutelado por Jaime Silva.

De acordo com os homens da terra, o “péssimo” ano agrícola, com pluviosidade que foi “metade” daquela que é “normal”, e o “défice” de alimentação natural para os animais em extensivo, também têm contribuído para a “ruína” do sector.

“Estes últimos anos agrícolas, têm sido bastante deficitários em alimentação natural para os animais em extensivo, tendo os agricultores que adquirir palha e rações a preços incomportáveis, levando ao endividamento das explorações e consequente encerramento de algumas delas”, revelam.

As organizações dirigem também críticas ao Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), alegando que entrou em funcionamento com um “atraso de quase três anos” e algumas das medidas que prevê “ainda não estão em funcionamento”.

Os homens da terra alertam ainda que poderão voltar a sair à rua para demonstrar o seu desagrado.

“Os agricultores, tal como as árvores morrerão de pé e continuarão a fazer ouvir a sua voz e a demonstrar a sua indignação, seja através de manifestações ou através da palavra escrita”, salientaram.

A Lusa contactou o governador Civil de Portalegre, Jaime Estorninho, que já viu o documento e irá reencaminhá-lo para as autoridades competentes.

HYT.

Lusa/Tudoben

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