Portalegre: Associação de defesa de produtos tradicionais inicia sábado actividade

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Uma associação de municípios e de produtores para a valorização e qualificação dos produtos tradicionais portugueses (QUALIFICA) inicia este sábado a sua actividade, após a escritura de constituição pelos cerca de 30 associados de todo o país.

    Com o objectivo de defender os produtos tradicionais portugueses, a “base da economia das regiões”, a QUALIFICA arranca sábado com a assinatura da escritura da associação, a que se segue uma assembleia-geral e a eleição da comissão instaladora, adiantou à agência Lusa a coordenadora do projecto, Ana Soeiro.

    A QUALIFICA, com sede provisória em Portalegre, nas instalações do município local, mentor do projecto, reúne cerca de 30 associados, entre autarquias, produtores, transformadores e comerciantes de produtos tradicionais.

    “Neste momento contamos com cerca de 30 associados de norte a sul do país. Para a primeira fase do projecto é um número óptimo”, considerou Ana Soeiro, engenheira agrónoma, que trabalha há 30 anos nesta área.

    “Não tem sido nada difícil encontrar associados. Nós temos uma série de entidades que queriam também entrar, de imediato, mas por questões processuais não foi possível”, explicou.

    A QUALIFICA esperava iniciar a actividade durante os primeiros dias de Setembro, mas “as autarquias, os produtores e outras entidades que entram agora nesta primeira fase tiveram alguma dificuldade em reunir a documentação necessária”, justificou.

    O paradigma que rege a QUALIFICA é um modelo “inédito”, desenvolvido por mais de 20 especialistas que, desinteressadamente, trabalham no projecto.

    Segundo Ana Soeiro, “uma das tarefas mais árduas” que teve pela frente passou por conseguir identificar mais de 700 produtos tradicionais portugueses que correm o risco de desaparecer.

    Na lista encontram-se iguarias tradicionais tão distintas, como as alheiras de Boticas, o arroz carolino do Baixo Mondego, a banha vermelha de Estremoz e Borba, o bucho da Guarda, o folar de Barroso, a lampreia do Convento de Santa Clara de Portalegre, o mel de Côa, os bolos lêvedos, as cavacas das Caldas, as xerúvias do Fundão, as trouxas da Madeira ou as tortas de Azeitão.

    Se a associação vingar, afiançou, será “uma porta aberta para a criação de emprego e para a fixação de pessoal qualificado”, porque, segundo Ana Soeiro, “os produtos tradicionais são a base da economia das regiões”.

    Para a responsável, o apoio financeiro para que a associação se desenvolva tem de ser captado através dos seus associados e dos fundos europeus para que a QUALIFICA possa desenvolver acções de formação, promoção e divulgação.

   

    HYT.

Lusa/Tudoben

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