Presidente da Câmara de Beja alerta para se “acautelarem” interesses dos alunos
O presidente da Câmara de Beja, onde funciona um pólo da Universidade Moderna (UM), lamentou a decisão do Governo de mandar fechar aquela instituição privada de ensino superior e alertou para se “acautelarem” os interesses dos alunos. “Lamento o fecho da universidade, mas o mais importante é que os interesses e as expectativas de futuro dos alunos devem ser acautelados”, disse à agência Lusa Francisco Santos, ao ser confrontado com a decisão do ministro do Ensino Superior de ordenar o encerramento da UM. |
“Espero que o Governo tenha em atenção a situação dos alunos e garanta soluções para poderem prosseguir os estudos e terminar os seus cursos”, continuou o autarca, referindo que “Beja vai ficar mais pobre” se perder o pólo de Beja da UM, denominado Estabelecimento de Ensino Superior de Beja (EESB).
Este estabelecimento, que sucedeu em 2006 ao Pólo de Beja da UM, é actualmente gerido pela Sagesfi S.A, que estabeleceu um protocolo de gestão com a Dinensino, proprietária do alvará que tem permitido àquela sociedade ministrar cursos conducentes à obtenção de um grau académico.
Apesar de lamentar o fecho da UM e do EESB, Francisco Santos disse que “acredita” que o Ministério do Ensino Superior “tenha feito uma inspecção séria” àquela universidade, que, lembrou, “tem tido um percurso atribulado nos últimos anos”.
“Se a UM não tem viabilidade económica e não cumpre as exigências de qualidade, é com desagrado que o digo, mas tem que fechar, se foi esta a decisão do Governo”, afirmou o autarca.
Além do Instituto Politécnico de Beja, que tem quatro escolas superiores, “seria importante haver na cidade ensino universitário, mesmo privado, mas desde que tenha qualidade”, defendeu Francisco Santos.
O administrador do EESB, Chambel Vieira, mostrou-se “preocupado” com a decisão do Governo em mandar encerrar a UM e alertou para o problema dos alunos que “vivem e trabalham” em Beja.
“Na grande maioria são alunos locais, que vivem e trabalham em Beja e que não têm possibilidades de irem estudar para Lisboa. Isto é motivo de grande preocupação”, enfatizou.
O ministro Mariano Gago enviou ontem um comunicado à UM ordenando o encerramento do estabelecimento de ensino superior por “questões de inviabilidade económica”.
A UM vai apresentar segunda-feira, no Tribunal Administrativo de Lisboa, “um pedido de suspensão da eficácia da decisão do ministro”.
Contudo, vai manter-se encerrada até haver uma decisão do pedido feito junto do tribunal.
LL/FC/CMP.
Lusa/Tudoben