Presidente da Câmara preocupado com “crise” que afecta empresas dos sectores
O presidente da Câmara de Vendas Novas, José Figueira, manifestou-se hoje preocupado com a “crise” que afecta as empresas dos sectores automóvel e corticeiro, instaladas no concelho, garantindo estar a fazer “o máximo” para “evitar que a situação piore”.
“Estamos preocupados, não só pelo emprego que se está a perder, a maioria de grande qualificação profissional, mas também pelo tecido económico e pelos investimentos que foram feitos nos últimos 15 anos”, disse hoje o autarca à agência Lusa.
De acordo com o presidente do município, 18 das 60 empresas instaladas no Parque Industrial de Vendas Novas (PIVN) trabalham para os sectores automóvel e corticeiro.
“São as empresas que mais postos de trabalho dão”, disse o autarca.
Salientando que “Vendas Novas é um dos concelhos que mais tem crescido em termos populacionais” no Alentejo, José Figueira garantiu que “a autarquia está a fazer o máximo possível para evitar que a situação piore”.
“Iremos utilizar todos os mecanismo, que temos à nossa disposição, para defender o tecido económico e os postos de trabalho”, assegurou.
O gerente executivo da sociedade do PIVN, José Afonso Alvito, partilha das mesmas apreensões do autarca, considerando que “o concelho de Vendas Novas, sendo maioritariamente industrial, tem razões para estar preocupado”.
“A diminuição da procura e a redução da produção tem efeitos no emprego, nomeadamente, com a rescisão ou a não renovação de contratos”, alertou.
Segundo José Afonso Alvito, nas últimas semanas foram dispensados cerca de 50 operários em várias fábricas do Parque Industrial de Vendas Novas.
A fábrica da TI Automotive Systems, que encerrou recentemente, colocou no desemprego 35 trabalhadores, enquanto que no caso da Key Plastics Portugal, que fez uma reconverção do grupo, foram dispensados 10 trabalhadores, disse.
No Parque Industrial de Vendas Novas, segundo o responsável, estão sedeadas sete empresas ligadas ao sector automóvel, “um construtor, que é a V.N. automóveis, e seis fornecedores directos da indústria, que dão trabalho a cerca de 850 trabalhadores”.
De acordo com José Afonso Alvito, o sector da cortiça passa também por dias difíceis, “com problemas na exportação e com a redução da procura”.
O Parque Industrial de Vendas Novas acolhe, segundo o responsável, cinco fábricas do sector corticeiro, que empregam cerca 260 trabalhadores.
No total, o PIVN tem 60 empresas, que dão trabalho a cerca de 1.600 pessoas.
Actualmente, 96 por cento do capital social da Sociedade do Parque Industrial de Vendas Novas são detidos por três sócios: Câmara Municipal (49 por cento), Grupo Londimo – logística (34,5 por cento) e a Quimiparque – parques empresariais (12,5 por cento).
Os restantes quatro por cento são detidos por pequenos accionistas.
SYM.
Lusa/tudoben