Resultados da autópsia ao feto que morreu em Portalegre serão conhecidos «a meio da semana»
Os resultados da autópsia ao feto que morreu no sábado, três dias após a mãe ter recebido a vacina contra a gripe A, deverão ser conhecidos “a meio da semana”, disse o Ministério da Saúde à Lusa.
“A autópsia será feita no hospital Egas Moniz o mais rapidamente possível, mas só hoje saberemos quando ela será feita”, disse uma fonte oficial do Ministério da Saúde à Lusa.
A mesma fonte acrescentou que “os resultados levam alguns dias após a realização da autópsia”, pelo que “não deverão chegar antes do meio da semana”. A autópsia será feita no hospital Egas Moniz, em Lisboa, porque existe um protocolo com o hospital distrital de Portalegre.
“Há resultados que são imediatos, mas há outros que demoram mais algum tempo”, explicou a fonte oficial do Ministério da Saúde.
Uma grávida de 34 semanas perdeu o bebé no sábado, três dias depois de ter sido vacinada contra a gripe A(H1N1), dois factos que os familiares suspeitam que estejam ligados, mas que o hospital diz não ser possível relacionar.
João Romacho, cunhado da mulher de 31 anos, natural de Alegrete, Portalegre, disse à Lusa que depois de na quarta-feira ter sido vacinada contra a gripe A (H1N1), a grávida começou a queixar-se de dores no corpo e mal-estar geral, estranhando que o bebé ora se mexesse mais do que o normal, ora não se mexesse.
“No sábado de manhã [a grávida] foi ao Centro de Saúde de Portalegre, onde a médica que a assistiu verificou que o batimento cardíaco do feto era baixo, mas existia, e aconselhou-a a ir para casa e a voltar no dia seguinte para ver como estava”, disse João Romacho à Lusa.
A mulher acabaria por recorrer ao Hospital de Portalegre por volta do meio-dia de sábado, onde ficou a saber que o coração do feto tinha parado.
João Romacho disse à Lusa que os médicos afastaram desde logo a hipótese de a morte do feto estar relacionada com a vacina, mas os familiares da mulher desconfiam que possa haver uma ligação.
“Não podemos dizer que tenha sido da vacina até porque anteriormente já tinha havido um episódio em que o batimento cardiaco do bebé estava muito acelerado, mas claro que depois de ter tomado a vacina… deixa-nos intrigados e com interrogações. A realidade é que a partir daí [da vacinação] se desenvolveram uma série de reacções”, disse o familiar.
O Hospital de Portalegre confirmou na noite de domingo, em comunicado, que a grávida foi atendida no sábado por “diminuição dos movimentos fetais”, tendo ficado internada por suspeita de morte fetal, “embora se encontrasse clinicamente bem”.
“Após a realização de exames, confirmou-se a morte do feto. A mãe tinha sido vacinada contra o vírus H1N1 no dia 10 deste mês. No entanto, não é possível estabelecer uma relação causal entre a vacinação da grávida e a morte do feto”, refere o comunicado.
A direcção do hospital lembra ainda que a ocorrência de “nados-mortos em Portugal, sem causa prévia, é em média de um por dia”.
MBA/CFF
Lusa/fim