Santiago do Cacém: Alunos do secundário criam projeto de cadeira de rodas movida a energia sola

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Foto: Inacio Cristiano

Santiago do Cacém, 01 fev (Lusa) – Um grupo de alunos da Escola Secundária Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém, projetou uma cadeira de rodas elétrica movida a energia solar, uma ideia que querem tirar do papel, mas para a qual não têm fundos.

A ideia destes estudantes, a que chamaram “Seguir o Sol”, consiste em “adaptar uma cadeira de rodas manual, para uma cadeira de rodas elétrica, motorizada”, aproveitando “a energia solar”, com a utilização de “painéis solares, para recarregar as baterias”.

Juntando diferentes áreas do saber, os alunos do 11.º ano do curso de Eletrónica, Automação e Comando têm trabalhado em conjunto com o grupo envolvido na Área de Projeto de Física do 12.º ano, que está a estudar as energias renováveis, e com dois professores.

“Seis mil euros” é quanto custa a concretização do projeto “Seguir o Sol” com que participaram no concurso de ideias “Rock in Rio – Escola Solar 2010” e conseguiram ficar entre os 20 primeiros classificados.

Para concorrer, o projeto deveria ser “inovador tecnologicamente”, “sustentável” e “com uma componente social”, explicou à Lusa o professor de Automação e Comando, Jorge Rodrigues.

Apesar de satisfeitos por terem ficado nos 20 melhores classificados em quase 300 ideias a concurso, professores e alunos explicam que o facto de não terem ficado nos dois primeiros lugares, a quem foi atribuído um prémio de 15 mil euros, implica que não têm verba para tirar do papel a ideia.

Ainda assim, Jorge Rodrigues avançou que, a equipa de estudantes está a trabalhar numa parte do projeto que consiste em “ligar o sensor ao painel solar”, para o fazer “ir seguindo a trajetória do Sol”, o que “aumenta a rentabilidade” do equipamento.

Sem verbas para adquirir as componentes que faltam para a adaptação da cadeira de rodas, os professores Jorge Rodrigues e Ana Mendes não pensam no entanto cruzar os braços: “vamos apresentar a ideia à comunidade para ver se alguma entidade pode apoiar o nosso projeto”.

“Era bom, era engraçado e era útil”, considera o professor, argumentando que “era uma mais-valia, para muita gente e para vários lares de idosos”, por exemplo.

“Os seis mil euros incluem a adaptação para duas cadeiras de rodas, um sistema com dois painéis solares, um seguidor solar industrial, de compra, e as baterias para guardar a energia que vai acumulando durante o dia, para depois poder carregar as baterias das cadeiras à noite”, avançou o professor.

O objetivo é conseguir “dar um contributo aos lares”, além de “não colocar os alunos a fazer um trabalho sem aplicação”, mas antes “fazer um projeto em que façam uma ou duas cadeiras por ano e que haja sempre um ou dois alunos novos a participar”.

“É bom porque vão aprendendo e também se vão sentindo úteis à sociedade, porque muitas vezes não conseguem ver a utilidade daquilo que estão a aprender”, acrescentou.

Enquanto não têm o valor necessário para que o projeto “Seguir o Sol” veja a luz do dia, alunos e professores vão continuar a trabalhar na implementação dos sensores de luz no painel solar.

AYN.

Lusa/Tudoben

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