Santiago do Cacém: Mau tempo provoca danos na Igreja Matriz que podem por em causa conservação de património

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santiago_cac_inacio_cristianoO mau tempo que atingiu o Alentejo no fim de semana levantou telhas da Igreja Matriz de Santiago do Cacém, o que, se não for intervencionado nos próximos dias, pode por em causa a conservação do Monumento Nacional.

“A forte ventania levou pelos ares um conjunto de telhas não muito importante, mas que atinge setores onde, se nada for feito nos próximos dias, pode por em causa a conservação de um património que tem vindo a ser alvo de recuperação”, disse o Diretor do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja.

Em declarações à Agência Lusa, José António Falcão explicou que a Igreja Matriz de Santiago do Cacém, que tem vindo a ser recuperada pelo Estado e ultimamente sobretudo pela Câmara Municipal local e pela Diocese de Beja, foi atingida, durante os últimos dias, pelo temporal que fustigou o Alentejo.

Por enquanto, não está ainda contabilizado o valor dos danos causados, contudo José António Falcão avançou hoje à Lusa que já foi elaborado o primeiro relatório, que inclui um registo fotográfico.

“Estamos a trabalhar a nível de estimativas, os danos que se verificaram até agora são muito pontuais e não nos inspiram cuidados excessivos”, assegurou, acrescentando no entanto que “a questão agora é repará-los rapidamente”.

O que considera que seria “desastroso” é que “se continuar a chover nos próximos dias e se existirem telhas deslocadas em pontos-chave do edifício”, podem vir a afetar abobadas, estruturas de madeira e espólio móvel”, daí a “necessária rapidez de atuação para prevenir mais danos”.

No entanto, enquanto a cobertura estiver molhada, segundo explicou o mesmo responsável, não é possível a sua reparação, pelo que para intervir é necessário aguardar que esteja seca.

“Contactámos com a Câmara Municipal, que já manifestou disponibilidade para nos ajudar, e vamos dar também conhecimento ao proprietário do edifício, que é o Estado”, disse, explicando que o Monumento Nacional está afeto, em virtude de uma concordata, ao uso religioso e cultural por parte da Diocese.

As intervenções necessárias a nível do telhado deverão ser asseguradas pelo município, segundo adiantou ainda José António Falcão, enquanto o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja ficará encarregue dos equipamentos elétricos, vitrines e altares atingidos pela chuva.

Ainda no litoral alentejano, José António Falcão mostrou-se preocupado com a Igreja de Nossa Senhora das Salas, também classificada como Monumento Nacional, que, apesar de não ter sofrido quaisquer danos devido ao mau tempo, “inspira sempre cuidados quando se verificam temporais”.

“Por enquanto não há danos concretos a registar, mas estamos a acompanhar a situação com muito cuidado e atenção porque se trata de um edifício extremamente vulnerável a este género de fenómenos”, concluiu, explicando a necessidade de vigiar as estruturas de cobertura.

AYN.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Tudoben

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