Saúde: “Afastado” de hospital obstetra acusado de negligência médica em Portalegre

Views: 3206

O Hospital de Portalegre “afastou” das suas funções um obstetra, depois deste ser acusado de negligência médica pelos pais de uma bebé falecida este mês, 34 dias após o parto, disse ontem o porta-voz da unidade de saúde.

    Ilídio Pinto Cardoso, porta-voz do hospital, adiantou à agência Lusa que o caso já foi comunicado ao Ministério Público e à Ordem dos Médicos.

    De acordo com a mesma fonte, está também a decorrer “uma peritagem médica sobre a gravidade dos actos médicos praticados”.

    Em causa, está a queixa dos pais de uma bebé, a que a agência Lusa teve acesso, que acusam um obstetra espanhol de negligência médica.

    “Nós queremos que o médico seja responsabilizado pelo homicídio que cometeu”, disse hoje à Lusa o pai da bebé, Joaquim Pinheiro.

    De acordo com o relato do pai, o médico terá “adiado” a decisão de realizar uma cesariana à grávida, tendo a bebé “asfixiado”.

    O caso remonta ao dia 09 de Setembro deste ano, quando a grávida deu entrada no hospital.

    “Após dez horas de trabalho de parto, em que se aguardava por uma dilatação, a bebé terá feito várias paragens cardíacas e asfixiado”, lembrou.

    “O médico recusou sempre a cesariana, insistiu sempre no parto normal e, inclusive, maltratou a minha companheira”, salientou Joaquim Pinheiro.

    Depois de várias horas, o parto ocorreu na madrugada do dia seguinte, com recurso a ventosas e a fórceps, “sem a dilatação mínima para o efeito e contra a vontade da restante equipa médica”, recordou.

    Antes de ser transferida para o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, a bebé terá sido reanimada, sobrevivendo com o recurso à ventilação artificial.

    De acordo com Joaquim Pinheiro, a carência de oxigénio e de líquidos terá provocado na criança uma “encefalopatia hipóxica isquémica”.

    Já em Lisboa, disse, os clínicos detectaram ainda que a bebé sofrera “uma lesão medular alta, ficando tetraplégica”, tendo falecido no dia 14 deste mês.

    Contactado pela Lusa, o porta-voz do hospital garantiu que “o médico, que exercia nesta unidade hospitalar, em regime de prestação de serviços, foi afastado e o caso foi comunicado ao Ministério Público e à Ordem dos Médicos.

    “Está também a decorrer uma peritagem médica sobre a gravidade dos actos médicos praticados”, disse Ilídio Pinto Cardoso.

   

    HYT.

    Lusa/Tudoben

Comments: 0