Saúde: Médico dentista de Odemira apresenta requisitos para desempenhar funções

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A ministra da Saúde admitiu ontem que a abertura dos Serviços de Urgência Básica tem enfrentado algumas dificuldades ao nível dos recursos humanos, mas que no caso de Odemira o médico apresentava os requisitos mínimos para desempenhar funções.

    “Tanto quanto eu tenho informação, o médico dentista é um estomatologista, que portanto tem especialidade em estomatologia, mas antes de ser estomatologista é médico e está inscrito na Ordem dos Médicos”, reagiu Ana Jorge, face ao caso do Serviço de Urgência Básica (SUB) de Odemira, hoje noticiado pelo diário Público.

    O jornal noticiou que um médico militar dentista, na situação de reformado, prestou serviço há duas semanas, durante alguns dias, no único SUB que funciona no distrito de Beja, sem ter qualquer formação em suporte avançado de vida.

    O clínico exerceu as suas funções ao abrigo de um contrato celebrado com a sub-região de Beja da Administração Regional de Saúde do Alentejo, acrescentou o diário.

    “Todo este processo tem que ser agora analisado, mas penso que ele é um médico, que está dentro daquilo que são os requisitos mínimos”, previstos no caderno de encargos que regem os concursos existentes para a atribuição dos SUB a empresas de fornecedoras de serviços médicos, acrescentou a ministra, que hoje esteve presente sessão de abertura do XXII Congresso anual da European Association for Cardio-Thoracic Surgery.

    “Temos tentado abrir os Serviços de Urgência Básica sabendo que existem algumas dificuldades com recursos humanos. O que tem acontecido que é temos vindo a abrir lenta e progressivamente”, afirmou Ana Jorge, admitindo, no entanto, a importância de existir uma promoção intensa e obrigatória da formação em suporte avançado de vida.

    “Qualquer médico deve ter este aperfeiçoamento dentro da sua prática, mas qualquer médico tem de facto formação para socorrer e para prestar os primeiros cuidados a um doente”, sublinhou.

    “É desejável que não só tenham um curso de suporte básico de vida, mas que os cursos avançados sejam promovidos e que exista um treino regular, mesmo depois do curso”, acrescentou.

    De acordo com Ana Jorge, esta prática deve ser “fomentada pelos responsáveis do serviço” e “têm existindo orientações nesse sentido”.

    “Temos vindo a fazer um reforço e a chamar a atenção para que um dos critérios para constituir estas equipas é de facto que elas tenham todas, se possível, este aperfeiçoamento em suporte avançado de saúde”, esclareceu.

    Ana Jorge lembrou ainda que “qualquer médico que está no exercício da sua função tem a sua responsabilidade, cumprir e exercer funções para as quais se sente com competência”.

    Questionada sobre a possibilidade de outros casos semelhantes ao de Odemira, a ministra não deu garantias.

    “Este é um caso. Poderá haver ou não”, disse.

   

    SCA.

    Lusa/Tudoben

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