Sines: Construção da fábrica da La Seda ainda está parada
As obras da fábrica da La Seda, em Sines, paradas desde Setembro, ainda não foram retomadas, contrariamente ao previsto, apesar de estar “tudo preparado para arrancarem”, assim que a Caixa Geral de Depósitos disponibilizar os “fundos de financiamento”.
Neste momento, “não estamos ainda [a trabalhar nas obras da fábrica], mas temos tudo preparado para arrancar a qualquer momento, assim que nos derem indicação da Caixa Geral de Depósitos (…) da disponibilização das verbas”, disse hoje à agência Lusa o director industrial da Artenius-Sines.
“Estamos a falar do valor total dos fundos para a conclusão do projecto”, esclareceu Rui Toscano, explicando que a reestruturação da La Seda Barcelona, detentora do empreendimento industrial em Sines, levou à demora da disponibilização das verbas por parte da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
“Estamos à espera apenas da ‘luz verde’ da CGD para avançar, dentro daquilo que tínhamos combinado e o que combinámos foi o reatar das obras assim que os fundos estiverem disponíveis”, o que poderá acontecer, segundo afiançou, “de um momento para o outro”.
Mais de metade do orçamento da obra, estimada em 400 milhões de euros, já foi comprometido, conforme avançou o responsável da empresa na altura da interrupção da construção da fábrica de Sines, tendo “150 milhões” sido pagos aos empreiteiros.
Em causa “estão 250 milhões de euros”, acrescentou, explicando que da CGD “falta libertar 290 milhões de euros”.
A construção da fábrica da Artenius-Sines, classificada como Projecto de Interesse Nacional (PIN), foi interrompida a 11 de Setembro, tendo Rui Toscano avançado à agência Lusa, na altura, que estava prevista a retoma a 15 de Outubro.
Entretanto, a 15 de Outubro foi retomado o planeamento e a mobilização dos empreiteiros, tendo o recomeço das obras sido adiado para o início de Novembro.
Enquanto aguarda, o director industrial mantém os prazos de conclusão da obra e a previsão de entrada em laboração da fábrica de PTA (ácido tereftálico purificado), uma matéria-prima extraída do crude utilizada para a produção de PET, que por sua vez é a base utilizada no fabrico de embalagens plásticas.
A nova unidade industrial tinha a entrada em laboração prevista para o início do próximo ano, mas conta já com um atraso de oito meses, estando prevista a entrada em laboração entre o final de 2010 e o início de 2011.
“Até ver, não alteramos rigorosamente nada, mantemos as mesmas datas”, sublinhou o responsável da unidade industrial, que recusa a hipótese de serem definitivamente suspensas as obras.
“Não receio que sejam definitivamente suspensas as obras. O que tem ocorrido no panorama da La Seda indicia que o projecto tem toda a possibilidade de arrancar e de se concluir”, sublinhou.
A agência Lusa contactou a CGD para saber quando serão libertados estes fundos, mas até ao momento não foi possível obter um comentário.
AYN.
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