Sines: Presidente da câmara “preocupado” com contaminação de solos
O presidente do município de Sines, Manuel Coelho, afirmou-se ontem “preocupado” com os solos contaminados na zona industrial, explicando tratar-se de “uma deposição clandestina”, da qual já foram movimentadas “50 mil toneladas de terras com hidrocarbonetos”.
“Era uma deposição clandestina, ilegal, e não sabemos há quanto tempo lá estava, nem quem a colocou. Até há pouco tempo, já tinham sido movimentadas 50 mil toneladas de terras contaminadas com hidrocarbonetos”, disse, em declarações à agência Lusa.
O autarca explicou que os solos contaminados com hidrocarbonetos, perto da Repsol, na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), numa área próxima de aquíferos usados para o abastecimento público através da furos, foram detectados durante os trabalhos de terraplanagem para início da construção da fábrica da Artenius, ainda em Novembro.
Nessa altura, o município reuniu com a AICEP Global Parques, gestora dos terrenos das indústrias e da logística, e foi informado da contaminação, tendo oficiado as entidades competentes.
“Solicitámos às entidades que agissem e fizessem o que lhes competia, ou seja, análises ao solo e à água, e avaliação de toda a situação. Não sabemos se foi feita alguma coisa e a câmara resolveu pedir a realização das suas próprias análises”, sublinhou.
O resultado da primeira análise, segundo Manuel Coelho, chegou na última segunda-feira e apontou para “hidrocarbonetos totais acima do que é admissível legalmente”, pelo que foi decidido suspender o abastecimento público de água a partir dos furos, passando a cidade de Sines a ser abastecida por captações da empresa Águas de Santo André.
“Já oficiámos, pela segunda vez, todas as entidades com responsabilidades nesta matéria, sobretudo o Ministério do Ambiente e a Agência Portuguesa do Ambiente, para lhes dar conta dos resultados e voltar a solicitar que desencadeiem os processos devidos”, argumentou o autarca.
A câmara pretende também participar ao Ministério Público toda a situação, para que “inicie um processo de averiguação que permita assacar todas as responsabilidades, eventualmente também criminais”, disse.
RRL.
Lusa/Tudoben