Teatro: Évora acolhe encontro ibérico para mostrar dramaturgia recente de Portugal e Espanha

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Antígona Gelada”, de Armando Nascimento Rosa, é a peça escolhida para abrir o sexto Encontro de Teatro Ibérico, que vai reunir em Évora, de 03 a 07 de Dezembro, agentes teatrais portugueses e espanhóis.

Promovido pelo Centro Dramático de Évora (Cendrev), em parceria com o Instituto Internacional do Teatro do Mediterrâneo (IITM), de Madrid, o encontro decorre no centenário Teatro Garcia de Resende, na cidade alentejana.

Além de debates, leituras dramatizadas e a exibição de trabalhos do Festival Internacional de Cinema de Artes Performativas (FICAP), o evento dedica especial atenção à mais recente dramaturgia dos dois países ibéricos.

Trata-se, segundo assegurou hoje o Cendrev, da única iniciativa do género na Península Ibérica, reunindo espectáculos teatrais dos dois países, realizados com dramaturgia portuguesa e/ou espanhola de criação recente.

Reunir agentes de criação teatral de ambos os países, promovendo intercâmbios e parcerias de criação teatral e aprofundando o conhecimento mútuo, é um dos principais objectivos do evento.

O encontro, cuja primeira edição decorreu em 2003, é este ano dedicado ao tema “Solos na Multidão”, que pretende ser “uma metáfora suscitadora de diálogo e de reflexão a vários níveis”.

“Num primeiro olhar, ‘Solos na Multidão’ surge graças a um ponto de afinidade que, de um modo ou de outro, une vários espectáculos e eventos participantes na mostra”, explica o Cendrev.

A inaugurar o certame, o Cendrev apresenta a peça “Antígona Gelada”, do escritor eborense Armando Nascimento Rosa e com encenação de João Mota, às 21:30 do dia 03 de Dezembro, na sala principal do Teatro Garcia de Resende.

Trata-se da ante-estreia deste espectáculo, que segue depois para Lisboa, para a estreia na Comuna – Teatro de Pesquisa, onde fica em cena de 11 a 21 de Dezembro, regressando depois a Évora, para subir ao palco de 08 de Janeiro a 01 de Fevereiro do próximo ano.

“O drama de Antígona passa-se algures numa sociedade futura, onde o lugar continua a ser Tebas da antiga narrativa mítica, mas já não a que Sófocles recriou em espelho transfigurado da sua Atenas do século V antes de Cristo (a.C.)”, explica a companhia teatral alentejana.

Agora, o lugar onde se centra o espectáculo é a colónia espacial Tebas 9, situada em “Caronte, satélite que orbita em torno de Plutão, o mais gélido dos planetas do sistema solar, recentemente despromovido”.

“A acção decorre nesse futuro incerto, em que a humanidade vive e subsiste fora da Terra onde nasceu”, desvela também o Cendrev.

Sessões de debate e uma mostra de espectáculos de companhias portuguesas, como o Cendrev, Teatro Intenso e Teatro da Garagem, e de espanholas, como a Síntesis Producciones Teatrales, Al Suroeste Teatro e Z Teatro, são outras das propostas do encontro.

O programa inclui ainda a leitura dramatizada de peças de Luísa Monteiro e de Rui Pina Coelho e um encontro com Angélica Liddell, com o lançamento do seu livro “Trilogia da Aflição”.

O sexto Encontro de Teatro Ibérico é também apoiado pelo Gabinete de Iniciativas Transfronteiriças e pela Câmara Municipal de Évora.

RRL.

Lusa/Tudoben

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