TGV: Prazo para entrega de propostas para troço Poceirão-Caia termina hoje, pelo menos 2 consórcios interessados

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O prazo para a entrega das propostas para concessão e construção do primeiro troço do projecto de alta velocidade ferroviária, entre Poceirão e Caia, avaliado em 1.450 milhões de euros, termina hoje, existindo, pelo menos, dois consórcios interessados.

    O primeiro consórcio a formar-se para concorrer à alta velocidade é liderado pela Brisa e pela Soares da Costa e integra a Iridium Concesiones de Infraestructuras, do grupo espanhol ACS e as construtoras portuguesas Lena e Bento Pedroso.

A norte-americana Babcock & Brown Limited tem uma participação de 8 por cento no agrupamento, a Edifer e Zagope de sete por cento cada, enquanto o BCP e a Caixa Geral de Depósitos (CGD) têm 5 por cento cada.

    O segundo consórcio a posicionar-se é liderado pela Mota-Engil e integra a Somague, a Teixeira Duarte, a MSF, a Opway, a Esconcessões e a francesa Vinci.

    O BPI, o BES, o banco Invest e a Alves Ribeiro – Consultoria de Gestão também integram o agrupamento liderado pela maior construtora portuguesa.

    A imprensa avançava terça-feira que os espanhóis da Ferrovial e da FCC estão a liderar outros dois consórcios para concorrer ao projecto.

    No entanto, contactada pela Lusa, fonte oficial da Ferrovial escusou-se a comentar este assunto.

    O concurso tem por objecto a atribuição da concessão do projecto, construção, financiamento, manutenção e disponibilização, durante os 40 anos de concessão, das infra-estruturas ferroviárias que integram o troço Poceirão-Caia, numa extensão de 170 quilómetros, compreendendo ainda a exploração da estação de Évora, que integra a gestão e comercialização das áreas comerciais e dos parques de estacionamento.

    Esta parceria público-privada (PPP) integra ainda a construção da linha convencional entre Évora e Caia, que ficará sob a responsabilidade do consórcio vencedor.

    Em Junho, durante o lançamento do concurso para o troço Poceirão-Caia, da linha Lisboa-Madrid, o administrador da RAVE – Rede Ferroviária de Alta Velocidade Carlos Fernandes anunciou que o Estado iria compensar os consórcios que, apesar de não terem vencido o concurso, tivessem ficado bem classificados.

    Este valor, destinado a compensar os agrupamentos pelos custos de participação no concurso, ainda não foi definido.

    O agrupamento que vencer o concurso para a construção do troço Poceirão-Caia vai receber do Estado 838 milhões de euros, dos quais 641 milhões são fundos comunitários, 137 do Orçamento do Estado e 60 milhões pagos pela REFER pelo investimento na rede ferroviária convencional entre Évora e Caia, montantes que correspondem a 53 por cento do custo final das obras.

    Os restantes 47 por cento serão pagos com recurso à banca.

    Nos encargos dos privados incluem-se, entre outros, os custos com expropriações de 1,3 milhões de hectares.

    O projecto português de alta velocidade será dividido em seis PPP: cinco para a concepção, construção, financiamento e manutenção da infra-estrutura e uma para os sistemas de sinalização e telecomunicações.

    O investimento no projecto ascende a 7,3 milhões de euros, sendo que 36 por cento do financiamento será assegurado pelo Estado, 19 por cento pelos fundos comunitários e 45 por cento por investidores privados.

    Os prazos definidos pelo Governo português prevêem a entrada em funcionamento da linha Lisboa-Madrid em 2013 e da linha Lisboa-Porto em 2015.

   

    CSJ.

    Lusa/Tudoben

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