Vinho: Produtores lamentam falta de apoio financeiro do Estado a participação em festival canadiano
Um grupo de 18 produtores de vinho que participou em fevereiro com 21 chefes de cozinha num evento gastronómico e cultural no Canadá considerou hoje ser “incompreensível” a falta de apoio financeiro do Estado português à iniciativa.
Segundo uma nota dos promotores da representação portuguesa, a ida da delegação à 11.ª edição do festival Montreal en Lumière, na qual Portugal foi o país convidado, poderá ter sido “a mais importante ação de promoção da gastronomia e dos vinhos” nacionais alguma vez realizada no estrangeiro, até porque o evento recebe anualmente 750 mil pessoas.
Os responsáveis estranham, por isso, que o pedido de apoio da organização canadiana a Portugal, de cerca de 70 mil euros, não tenha sido correspondido.
Entre as entidades públicas contactadas – Ministérios da Cultura e dos Negócios Estrangeiros, a Secretaria de Estado do Turismo, Viniportugal e Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal – , as respostas foram negativas ou nem chegaram a ser dadas.
“Era quase um montante irrisório tendo em conta as verbas que o Estado tem para este tipo de ação, é incompreensível. É um mercado exponencial, conhecedor de vinho, com um potencial fantástico, que incentiva o turismo”, disse à Lusa Pedro Vieira, da Herdade do Esporão e porta-voz do grupo de produtores.
Segundo o representante, foram os 18 produtores que pagaram as suas viagens e estadias, bem como as dos 21 “chefs”, que abdicaram de receber honorários.
O investimento nos espaços de exposição e provas coube à organização.
“Juntámo-nos por acreditarmos que seria uma grande oportunidade. Mais do que lamentarmos, atravessámos as adversidades e estamos muito satisfeitos com o sucesso, as reações foram muito boas”, contou.
O êxito foi confirmado pela comunicação social do Québec, província onde se localiza Monte Real – Portugal chegou a ser descrito como “um país fabuloso, uma terra incrivelmente fértil, com uma diversidade agroalimentar e vinícola excecional”.
Da delegação fizeram parte as fadistas Mísia e Ana Moura e a actriz e cineasta Maria de Medeiros.
ROC.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. ***
Lusa/Tudoben